O deputado Carlos Marun (PMDBMS), presidente da Comissão Especial da Câmara que analisa a reforma da Previdência, disse que a necessidade de 49 anos para o trabalhador conseguir o valor máximo de sua aposentadoria não vai mais estar presente na proposta. O mais provável neste momento é que o tempo de contribuição para que o trabalhador receba a aposentadoria máxima com base em seus salários seja um período de 40 anos.
"O relator está analisando várias alternativas, fazendo as últimas contas", afirmou o parlamentar. "Ontem ficamos até o final da tarde analisando essas questões com a equipe econômica."
"Mas essa questão dos 49 anos de contribuição, que tanto prejuízo causou à reforma, vai deixar de estar presente no relatório", disse.
O teto das aposentadorias do INSS é de R$ 5.531.
Segundo a agência de notícias Reuters, a alternativa que está sendo trabalhada pelo relator da reforma, deputado Arthur Oliveira Maia (PPSBA), é que o ponto de partida do cálculo da aposentadoria mínimo que o trabalhador aposentado receberia, proposto como 51%, passaria a 60%.
Como com cada ano a mais de contribuição o trabalhador ganha um ponto percentual, seriam necessários 40 anos para chegar a 100%.
A mudança tiraria o peso dos 49 anos de contribuição, uma guerra de comunicação que o governo não conseguiu ganhar, mesmo com o discurso que a vasta maioria dos trabalhadores atualmente não recebe o máximo.
Com os olhos nas eleições de 2018 e acusados com denúncias de corrupção, os parlamentares pressionaram para mexer também nesse ponto, que não estava inicialmente previsto entre os que seriam negociados.
No entanto, para aliviar o impacto financeiro dessa mudança que poderia passar dos 17% de redução no custo da Previdência calculado inicialmente para as alterações o governo propõe mudar o cálculo do valor da aposentadoria.
Atualmente, usase os 80% maiores salários que o trabalhador recebeu ao longo da vida. Com a reforma, passaria a ser 100% dos salários para calcular o benefício.
"É uma das opções do relator. Mas ele ainda vai definir vários aspectos até segundafeira", disse Marun.
Outro ponto que ainda estava em discussão, mas está praticamente definido, é a idade mínima para se aposentar para quem aderir ao novo processo de transição, que deve ficar em 50 anos para mulheres e 55 anos para homens, aumentando gradualmente em um período de 20 anos até chegar a idade mínima de 65 anos, definida na regra geral da reforma.
Isso significa que quem estiver no período de transição terá um período menor de contribuição os anos que faltam mais um pedágio de 30% mas só poderá se aposentar com 50 e 55 anos, respectivamente.
Os principais envolvidos na negociação devem voltar a Brasília no próximo domingo para que Oliveira Maia apresente seu relatório. De acordo com o que uma fonte governista disse à Reuters, a intenção é que o relatório seja apresentado na segundafeira (17) a líderes da base aliada, antes da apresentação à Comissão Especial, na terça-feira.
"Mas vai depender do que ele realmente conseguir fechar. A gente não pode apresentar uma coisa que não esteja 100% fechada", disse uma fonte do Palácio.
(Com Reuters)
Fonte: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/04/13/lei-pode-exigir-40-anos-de-trabalho-para-aposentadoria-integral-e-nao-49.htm